sábado, 8 de dezembro de 2012

Homenagem à Virgem Imaculada

 
Cantam Louvores a Igreja,
Saudando alegre e jubilosa sua Rainha!
Imaculada é o seu nome, porque assim foi concebida,
Fazendo-se do mundo a nova Eva, e da antiga redimida!
Em sua alma branca e pura pôde Deus pintar Jesus.
  Aquele que gerado desde toda a eternidade,
Em Maria ganha carne, e redime seu povo pela Cruz!

  Preparada desde sempre para o FIAT, permaneceu assim intacta.
... Antes, durante e depois,
És sempre Virgem, Ó Maria Imaculada!
Os anjos bradam glória, elegendo-te das criaturas a mais bonita.
De ti Deus diz: cheia de Graça; eu com todas as gerações dizemos: Bendita!
Celebrando hoje o seu dia, renovamos nossa entrega de escravos.
Esperamos que forme em nós o Cristo,
Para que continuemos o Teu reinado!
E assim jubilosos possamos, tua Glória ao mundo cantar,
Pois sendo nós em sua fôrma moldados,
Ao mundo todo faremos Jesus Brilhar!

quinta-feira, 27 de setembro de 2012

Canto do tempo


 
Irmão tempo nosso amigo,

Ofertamos-te hoje ao Senhor.

Tempo criatura Bendita tu és Obra do Amor.

Há sempre um tempo para cada coisa

Mas sempre será tempo de Amar.

Ofertamos os profetas, nossos pais antigos,

As montanhas benditas, do Sinai ao Tabor.

Ofertamos o momento ápice de nossa Salvação,

a Encarnação do Verbo no seio de Maria

e também sua crucifixão.

Tempo doloroso que durou três dias,

Mas logo após pudemos ofertar a Ressurreição.

Ofertamos a Igreja primitiva,

os apóstolos, mártires, os padres do deserto, Agostinho e Irineu.

Ofertamos São Francisco pai querido,

E todos os que depois dele passaram e registraram na terra o sabor.

De Tereza – reformadora à Teresinha,

Todos eles não existiriam se não houvesse o tempo a nosso favor!

Oh Tempo criatura Bendita tu és Obra do Amor.

Hoje o tempo trás os novos carismas, somos frutos do Espírito!

Para renovar e dar sabor a toda Igreja,

Viveremos como o Cristo, nossa história com ardor.

Ofertamos hoje este tempo com suas lutas, dores e alegrias.

Perseverantes viveremos cada momento

Na espera do ultima dia.

quinta-feira, 23 de agosto de 2012

A amada e o Amado.


A alma humana é o lugar onde Deus encontra suas delícias.

Ela é a amada e Deus o Amado!

Toda alma teve seu encontro com Deus na eternidade. No amanhecer da vida a presença do Amado é forte e quente, consome e delira.

Mas no entardecer a saudade esmaga os ossos da carne e causam dor na alma da amada. O Amado então socorre sua cegueira e mostra-lhe onde se consuma o amor dos apaixonados.



Súplica da Amada:

Procuro ardente o meu Amado.

Onde estás Sol da Justiça que não sinto mais seu dardejado?

Lembro-me dos dias quentes, onde seu calor me consumia,

Dos delírios reluzentes com o Sol do meio dia.

Lembro-me das manhãs serenas em que te esperavas apontar na Aurora,

A saudade me excitava e as noites curtas em sonhos iam embora.

Onde estás oh meu amado! Procuro-te por trás das nuvens.

Sinto sua presença, mas quero o seu calor.

A noite escura e fria já chega novamente.

Dura mais do que o dia e me gela o coração.

Sinto saudades de meu Amado, de vê-lo abrir as flores do campo.

De vê-lo acariciar meu rosto com o vento, fecundar minha alma com a chuva.

Transformar meu pranto em canto.

 

Resposta do Amado.

Oh minha amada, ouço seus gemidos.

Porque entristeces tua alma e temes a noite escura?

Abra as portas e deixe entrar a noite minha amada.

Na escuridão da vida dou-lhe o cálice Sagrado, em segredo uno-me a ti.

Já não precisas ver-me como outrora, somos um!

Eu e tu minha amada, escondidos no labor de seus sacrifícios.

Eu e tu abrasados no mistério do incompreensível.

Abra as portas e deixe entrar a noite minha amada.

Cearemos e faremos juntos a refeição,

na noite escura da vida, ofertaremos nossa oblação,

e já não seremos dois mas um só coração.

Abra as portas e deixe entrar a noite escura.

Dissiparemos toda a neblina, o céu se encherá de estrelas,
 
E fugirá de tua alma toda a secura.

A beleza da lua iluminará sua beleza,

 e a lembrança do dia será apenas saudade sadia.

A noite descerá os seus encantos e então seremos Um.

Abra as portas para a noite minha amada,

Pois é nela que se encontram os apaixonados.

quinta-feira, 16 de agosto de 2012

Viagem à Fonte


Queridos amigos.
Nas ultimas semanas li um livro que gostei muito.
Tenho procurado bastante por livros sobre o autoconhecimento, principalmente o Eneagrama Cristão.
Tudo começou quando vi uma citação de São Serafim que dizia: “encontras a paz interior e uma multidão será salva ao seu lado”. Lembrando que a paz interior é um estado da alma de conhecimento profundo de si e consequentemente de Deus, possível apenas aos humildes.
Como o Peregrino Russo que se inquietou com o Versículo 17 da quinta carta aos Tessalonicenses, também me senti impulsionada a procurar tudo que me remetesse a uma viagem interior, e encontrar a paz dada por Cristo, não a paz que o mundo oferece, mas a paz que vem de estar em Deus.
São Francisco de Assis chamaria esta paz de "A Verdadeira Alegria".
Já no finalzinho do livro li uma poesia e senti muita vontade de partilhar com todos. Porque senti que ela é um resumo lírico do que o autoconhecimento pode fazer em nossa alma.
O livro é do Padre Domingos Cunha e se chama Eneagrama, sua dose diária. A poesia escrita abaixo se encontra na página 242.

Viagem à Fonte

Dentro de ti há uma águia dormindo querendo voar,

Dentro de ti há um tesouro escondido querendo brilhar.

Dentro de ti há um jardim esquecido querendo florir.

Dentro de ti tem criança chorando querendo sorrir.

Dentro de ti há uma fonte calada querendo jorrar.

Dentro de ti tem um sol abafado querendo surgir.

Deixa o silêncio acordar o amor que em ti está dormindo.

Deixa o amor germinar as estrelas que habitam teu ser.

Deixa a verdade quebrar as amarras que estão te oprimindo.

Deixa que o Deus que habita teu centro te faça viver.

Solta as águias que querem contigo aprender a voar.

Abre os porões onde moram as sombras, que o sol quer entrar.

Rasga caminhos no rumo do centro onde Deus te habita. Busca no fundo do poço a fonte que a vida suscita. Para e cala, aquieta e deixa o silêncio falar.

Deixa que abrase teus olhos o fogo que em ti crepita.

Busca e abraça a criança que um dia deixaste na estrada, quando as máscaras foram cobrindo a essência sagrada. Deixa que a sede de Deus te conduza e te faça viver. Abre caminhos de volta pra casa e vai renascer.

Deixa que essa criança, encontrada, aceita e amada, solte a criança feliz que é imagem de Deus, teu ser.
Desejo de coração que seja disperto em sua alma uma saudade, um desejo profundo de encontrar-te consigo mesmo.
Paz e Bem!

sexta-feira, 20 de julho de 2012

Aos meus amigos.


“queria poder dizer, em palavras o que sinto agora, queria poder dizer, para todos que o Senhor é meu amigo mais querido, minha história de amor!”

Podemos nos perguntar por que dia do amigo? Assim como dizemos sobre dia das mães, pais, namorados... Dia do amigo, da mãe, pai, etc. não são todos os dias?

Com certeza todos os dias temos que viver com intensidade todos os chamados que temos na sociedade: ser mãe, filho, amigo! No entanto vivemos em uma sociedade que a tanto tempo perdeu o sentido de eterno, que ‘celebrar’ a vida é algo que passa desapercebido.

Dessa forma tirando de lado o interesse comercial por detrás dessas datas temos a oportunidade de fazer com que cada um desses dias se tornem dias de gratidão, elogio, cortesia, celebração.

Hoje quero celebrar a todos os meus amigos, aos que vejo constantemente, aos de infância que nunca mais vi, aos virtuais e que vejo raramente, aos parentes próximos e distantes que possuem o primeiro vinculo de se tornar amigo por uma escolha da vida.

Ter amigos é a coisa mais preciosa que uma pessoa pode ter; de que vale todas as conquistas do mundo sem ter um amigo para se alegrar junto e partilhar. Infeliz daquele que passa por momentos difíceis sem um ombro amigo onde possa depositar suas lagrimas e encontrar seu consolo.

Graças a Deus tenho muitos amigos. Graças a Deus Ele é meu melhor amigo!

Ser amigo é deixar o outro participar de sua vida, buscar ter intimidade respeitosa, mostrar que se importa com o outro como Jesus, e que respeita a liberdade dele como Jesus o respeita; essa intimidade lhe dará poder de corrigir, aconselhar, advertir... – sem que o outro se sinta desrespeitado, agredido ou incompreendido; porque o vinculo é tão grande que é impossível não acreditar que o amigo não quer o meu bem.

Ser amigo é querer bem além dos interesses. É muitas vezes ter perdido a intimidade por causa da distancia, das mudanças na vida, dos caminhos que se desencontraram... no entanto sentir essa pessoa tão real e próxima de sua vida, seja em uma lembrança do passado, em uma foto guardada e encontrada, em um encontro por acaso e de repente ter alegria de rever esse amigo, ou simplesmente quando a saudade fala mais alto e mandamos um recadinho, procuramos noticia por não aguentar mais de saudade daquele grande amigo.

Para ser amigo de verdade não necessariamente precisamos estar juntos todos os dias. Existem muitas formas de ser amigo. Podemos ser amigos, independente da afinidade, proximidade ou oportunidades de estarmos juntos sempre.

Se tivéssemos um coração puro como o de Jesus, a admiração, a compaixão, o desejo santo de amar gratuitamente já seriam motivos de aumentar nossas listas de amigos, porque assim como existe hierarquia no céu, também podemos ter amigos de diferentes formas mas que não deixam de ser amigos. Porque ser amigo é comungar no coração do outro, é saber de sua existência e se sentir feliz por tê-lo em sua vida e desejar que a distância, o tempo ou as feridas se afastem... e um dia os traga para a nosso presença: são os amigos de desejo.

Tenho amigos que não tenho mais nenhum contanto, alguns do início da comunidade, infância, outros que morreram, outros que estão próximos mas possuem barreiras comigo. Com todos eles continuo conversando através de meu anjo e pela comunhão dos santos – não apenas quando oro por eles, mas quando vejo algo que algum gosta ou vivo uma situação que a ele faria feliz. Todos eles sabem que espero o Grande Dia Final, onde nem o tempo, distancia ou ferida nos impedirão de um abraço acolhedor ou uma partilha sincera de vida, porque um dia tivemos isso aqui na terra em um momento que escapou do tempo e foi vivido na eternidade.

Tenho ainda outros amigos que não sabem nada de minha vida e eu menos ainda da vida deles, mas defendo e sou defendida por esses amigos. Conhecemos-nos por acaso, pela internet, por um momento de oração, por me conhecerem de outras comunidades ou em uma missão, etc... De uma forma totalmente espiritual sabemos que podemos contar uns com os outros e que bastará uma ligação e um pedido de socorro para que nossos corpos se encontrem, e às vezes uma prece para que nossas almas entrem em comunhão. Estes muitas vezes não são meus irmãos, porque é preciso intimidade de família para ser irmão, mas carregam consigo o sentimento de amor hesed que precisa ser encontrado entre os de uma mesma família.

E tem ainda os amigos especiais, aqueles que conhecem nosso olhar, nossos ‘tiques’, prevê antecipadamente nossas atitudes, conhecem todos os nossos defeitos e continuam nossos amigos... esses acredito que romperam a barreira da amizade, irmandade... escalaram os autos cumes afim de ser para nós a prefiguração do amor e amizade de Deus por nós. Haja o que houver, sempre serão esses amigos especiais. Amigos especiais não precisam ser citados, se sabem assim, se sentem assim... não esperam convite, não buscam oportunidades convenientes, não faz rodeio em dizer o que quer ou em te corrigir quando não gostam de algo que fazemos. São livres para ser o que são: amigos especiais, irmãos que a vida nos deixa escolher.

Com esses amigos não precisamos ser perfeitos, fazer a lição de casa com competência, ou ‘pisar em ovos’ no que dizer. Amigos nos fazem livres. Livres até mesmo para apontar nossos defeitos e nos chamar a atenção; e quando eles o fazem, acolhemos sem nos ferir, porque a amizade é a maior prova que o fazem para o nosso bem; e ainda que não seja eu também dou a ele a liberdade de agir, pensar, errar e se redimir. Porque os amigos - irmãos são aqueles que se perdoam todos os dias.

Na vida quando são apenas irmãos temos dificuldades de torná-los amigos. Mas quando são verdadeiros amigos damos a eles o título de irmãos. Se livremente escolhemos sermos irmãos uns dos outros é necessário que escolhamos também ser antes de tudo amigos uns dos outros.

Queridos amigos, para concluir, vejo que precisamos antes de tudo entender que somos amigos de Jesus. Se olharmos nossa vida como um convite amoroso de um Amigo Fiel a estar ao lado Dele, com certeza não nos colocaríamos tantas vezes como se estivéssemos fazendo favores para Jesus em aceitar um irmão difícil, me cansar em um apostolado, ou me dedicar à oração. Se às vezes eu penso assim preciso reavaliar minha amizade com o Senhor.

Entenderíamos que um Grande Amigo nos dá muito mais do que merecemos e que no final das contas ainda sou eu que deva amor, e tudo o que faço é pouco diante do tanto que faz por mim esse Amigo Deus.

Queridos amigos obrigada por fazerem parte de minha vida, obrigado por serem os amigos que são e darem sentido a minha vida.

Amo vocês.

quinta-feira, 28 de junho de 2012

Aquele era um olhar diferente...


Aquele era um olhar diferente... Meus olhos marevajam lágrimas de humilhação, remorso, vergonha. Não conseguia olhar nos olhos dos que me acusavam, não conseguia olhar nos olhos de minha própria alma. Não conseguia encarar o meu interior.

Arrastada e empurrada de um lado a outro todas as vozes se confundiam dentro de mim, fazia-me ir aos fundos abismos das imagens que adquiri e aceitei no decorrer da vida: adultera, pecadora, prostituta!

Eu era aquela pecadora caída! Machucada por fora, mas de alma ainda mais ferida. Vista pelos homens pela sociedade por mim mesma como uma excluída, como alguém que não merece compreensão.

Estava lá no chão: caída, cuspida, molestada e assustada. Na alma já sentia o peso e a ferida da morte certa, das pedras que uma a uma me tirariam a vida. Das vozes autoritárias que zuíam e clamavam minha sentença.
Não conseguia distinguir mais o que diziam, até reconhecia algumas vozes das quais um dia também em outros tons sussurraram em meus ouvidos, mas a humilhação era tanta que nada mais eu compreendia. Eu não podia ouvir mais nada, pois eu mesma me dizia: Culpada! Culpada!

Jogada com força naquele chão eu sei que me colocaram diante de um homem. Minha face na queda se encontrou com a areia áspera e quente o deserto, e de cabeça baixa assim preferi ficar esperando pelo momento onde a primeira pedra anunciaria o início de minha suposta liberdade, o início do fim daqueles sofrimentos de toda uma vida. O marco inicial de que aquelas seriam as ultimas lagrimas de um corpo e um coração cansado de chorar.

Mas de repente fez-se um silêncio. As vozes e acusações pararam. Era como se fosse o silêncio da manhã de um novo dia. Minha face ainda estava por terra. Não tinha coragem de me levantar!

Ouvi então um barulho de pedra cair ao chão, e entre angustia e medo, apertei os olhos, as mãos sobre a areia e esperei que viesse a primeira pedra me acertar. Outro barulho de pedra, e outro, e outro... passos se distanciavam de mim. O que será que está acontecendo?

Levantei um pouco a cabeça e com os cabelos ainda sobre a face vi meus algozes se dispersarem.

De repente uma voz se dirige a mim, devolvendo-me a dignidade do que sou.

- Mulher, onde estão os que te acusavam? Ninguém te condenou?

- Ninguém, Senhor. – Respondi ainda envergonhada e cabeça baixa e com medo de encarar.

Mas a altura de meus olhos marejados (que somente aceitavam olhar um pouco acima, até a cintura deste homem de voz doce e compassiva), pude ver uma mão estendida.

Quem é este homem que primeiro me chama de mulher, que devolve a mim o título de dignidade que me foi tirado pela vida, por mim mesma? Quem é este homem que aceita tocar em uma pecadora, que não teme as represarias por estender a mão a uma adultera?

Olho por uns instantes aquela mão e enfim tomo coragem e encontro aquele olhar...
Ah! Aquele olhar!

Aquele então era um olhar diferente. Em toda minha vida nunca havia encontrando um olhar que me enxergasse por dentro, que não olhasse minha aparência, meu passado. Aquele olhar me trouxe ao meu momento presente! Até o flagrante de meu crime ficou no passado!

Aquele olhar chegou onde estava minha solidão, minha amargura e ferida. Iluminou as partes escuras e dissipou as trevas que haviam em mim.

Ainda trêmula estendi também minhas mãos, seduzida por aquele olhar fui recriada naquele pequeno instante em que meus olhos se deixaram ser olhada por esse tal Nazareno. Só podia ser Ele, já havia ouvido falar Nele, de seus milagres e do poder de suas palavras. Sim só poderia ser Ele.

Quando minha mão tocou a sua pude sentir toda a sua pureza. Jamais havia sido tocada por um homem assim. Aquele olhar curou a ferida da minha alma e aquele toque curou a minha carne, arrancou a lepra do meu pecado.

Ajudando-me a me levantar ouvi novamente sua voz.

- Nem eu te condeno. Vai e não tornes a pecar.

Ter uma segunda chance, ter a oportunidade de recomeçar... mas tudo isso só foi possível porque eu pude me encontrar com Aquele Olhar.

Esse é um trecho baseando no texto do Evangelho de João, 8, 1-11. de um projeto do meu livro: Narro o que vi de Jesus
Este livro contem passagens biblicas e dos Santos, onde os personagens narram o que sentiram em seu encontro com Jesus. Essas narrações partem de minha cabeça, como em minhas orações e imaginação acredito que tenha sido. Não corresponde a visualizações misticas do que realmente ou exegeticamente aconteceu.
Rezem por mim para que consiga os objetivos de Deus quando me pediu para escrever isso. Está no forno de forma bem lenta pois as inpirações passam por oração, pela arte e depois pela escrita. Não necessáriamente nesta mesma ordem... mas de forma bem lenta.

sexta-feira, 18 de maio de 2012

Aquilo que os olhos não viram e nem os ouvidos ouviram....

Queridos amigos.

Quem me conhece sabe o quanto sou atraída ao conhecimento dos sentidos humanos. E o quanto os associo à arte e também às experiências de oração.

Lembro-me de em outra ocasião ter dito que os considero com interfaces entre o corpo e a alma.

Esta semana estava lendo um livro em que o autor narra sua pequena experiência com o sentido da visão. Gostaria de partilhar com vocês, é um trecho do livro de Manuel Eduardo Iglesias, S.J. – Um retiro com o Pai Nosso; pagina 22.

“ Gosto de contar o que aprendi com dois amigos cegos.

Um deles me contou que agradecia a Deus pela cegueira, pois, graças a isso, enxergava coisas que outros não enxergavam. Na hora não pergunte nada e fiquei pensativo. Anos mais tarde outro cego me esclareceu o ponto:

- Nós, cegos, enxergamos as pessoas e a vida “de dentro para fora” e vocês enxergam “de foram para dentro”.

Pedi para me explicar melhor e não me esqueci da resposta:

- Quando eu converso com alguém, sou todo ouvidos para essa pessoa. Procuro sentir como ela é e como ela se sente. Capto se ela é triste ou alegre, animada ou desanimada, feliz ou frustrada... E até sinto as vezes que essa pessoa está doente e nem ela mesma percebe. E só ao finalzinho é que eu me pergunto como será essa pessoa por fora. Se ela é alta ou baixa, bonita ou feia, rica ou pobre... Isso para nós quase que não tem importância. Porém, pra vocês, às vezes, justamente a aparência é o mais importante. Se vocês não vão com a cara da pessoa, não dão bola e ficam por fora mesmo... Perdem o que há de mais rico na pessoa, que é o seu “por dentro”!

Fiquei admirado e muito me ajudou essa visão para me relacionar com as pessoas e também para a vida de oração. O nosso Deus, três pessoas divinas, quer ser conhecido assim... “de dentro para fora...”

É o que poderíamos chamar de olhar de cego, que enxerga mais longe e mais profundo. Algo parecido poderia dizer em relação aos outros sentidos: ouvir por fora ou por dentro, saborear, tocar, respirar... Já os autores espirituais, de longa data, comparam ao modo como nos situamos no mundo sensível a partir dos sentidos físicos. “

Identifiquei-me, de certa forma, com essa explicação do cego, pois sinto que se todos nós humanos, nos dedicássemos a curar e ordenar nossos sentidos teríamos uma visão muito mais rica e profunda sobre a vida, os relacionamentos e o respeito pelas pessoas.

Hoje temos o perigo de industrializar nossos amigos e até mesmo Deus, transformando-os em uma figura da qual atenda o meu prazer e minhas exigência pessoais, porque na verdade eu enxergo apenas aquilo que quero ver, escuto apenas aquilo que quero escutar e sinto somente o que me apraz. Deixamos a verdade escapar por entre linhas de palavras incompletas ou por entendimentos precipitados, movidos por sentidos desordenados. Daí surge os julgamentos, as contendas e as separações.

Com os sentidos desordenados também não percebemos a vida que acontece todos os dias, que se renova a cada manhã. A presença Real de Deus agindo em nós.
Aquilo que um dia tanto almejamos, como por exemplo, acontecem em muitos casamentos do mundo, se tornam rotina, perdem o encanto... Porque os olhos já não contemplam mais com atenção o cônjuge, porque não há tempo para ouvir e escutar o outro, o tato não causa mais emoção porque se torna como algo comum e não singular como nos primeiros encontros.

Assim são as amizades, assim nos damos com os alimentos sempre buscando por gostos pessoais e muitas vezes deixando de fora o saudável, assim se dão tantas vezes com o nosso relacionamento com Deus, já não O busco tal qual como Ele é, mas como gostaria que Ele fosse.

Posso estar errada em minhas filosofias, mas agindo assim só nos afastamos de Deus, dos outros e infelizmente de nós mesmos.

Que o Espírito Santo nos ajude a encontrar a cura de nossos sentidos humanos, e quem sabe ajudar na cura dos sentidos da sociedade.

Venite Creator Spiritus!


terça-feira, 24 de abril de 2012

Crescimento Espiritual, caminho para Deus.

Queridos,
Hoje quero partilhar o texto da formação geral dos filhos da vocação Sal e Luz.
Partilho porque acredito que a busca pela espiritualidade não se limita aos comprometidos em um carisma, mas a todos que desejam amar mais a Deus.
Paz e Bem!




Busca pela espiritualidade – 14/04/2012

“É como está escrito: Coisas que os olhos não viram, nem os ouvidos ouviram, nem o coração humano imaginou (Is 64,4), tais são os bens que Deus tem preparado para aqueles que o amam. Todavia, Deus no-las revelou pelo seu Espírito, porque o Espírito penetra tudo, mesmo as profundezas de Deus. Pois quem conhece as coisas que há no homem, senão o espírito do homem que nele reside? Assim também as coisas de Deus ninguém as conhece, senão o Espírito de Deus. Ora, nós não recebemos o espírito do mundo, mas sim o Espírito que vem de Deus, que nos dá a conhecer as graças que Deus nos prodigalizou e que pregamos numa linguagem que nos foi ensinada não pela sabedoria humana, mas pelo Espírito, que exprime as coisas espirituais em termos espirituais. Mas o homem natural não aceita as coisas do Espírito de Deus, pois para ele são loucuras. Nem as pode compreender, porque é pelo Espírito que se devem ponderar.” (I Cor 10-14).


Queridos filhos, com essas palavras atribuídas ao apóstolo Paulo que iniciei o quebra cabeça para a compreensão dos desejos de Deus para nossa formação. Não pensem que estou formando vocês, estou sendo formada junta!

Nesta etapa que estamos vivendo onde o Senhor trás inúmeras revelações sobre um grande desejo de renovação em nossa vida comunitária em todas as suas areas, será a unidade, as mãos dadas como citei naquela primeira formação de 25/02/2012 que nos fará dar a vitória para o AMOR. A maioria de vocês me responderam que acreditam na força do Amor, e isso me deu coragem e ânimo para então buscarmos, sem medo, tudo o que Deus nos reserva neste tempo.

Nós estamos na páscoa do Senhor, um tempo tão lindo e rico de nossa liturgia. Porém muitas vezes achamos que a páscoa é uma momento apenas de vitória e nada de lutas. Se assim pensamos é porque não mergulhamos na compreensão deste tempo tão rico.

Temos então o perigo de cair na heresia protestante e estacionar, viver a alegria do momento e dar nossos esforços como concluídos, para depois quando chegar o advento ou a próxima quaresma começarmos a pensar novamente em nosso “eu interior”.

Não podemos esquecer o preço da Cruz de Cristo. Páscoa não é para minha euforia e sim para o meu ânimo. Olhar para a pascoa – a alegria conquistada em meio a tanto dor – e termos coragem de carregar a nossa cruz, porque se Cristo venceu eu posso vencer também.

“Anseio pelo conhecimento de Cristo e do poder da sua Ressurreição, pela participação em seus sofrimentos, tornando-me semelhante a ele na morte,  com a esperança de conseguir a ressurreição dentre os mortos. Não pretendo dizer que já alcancei (esta meta) e que cheguei à perfeição. Não. Mas eu me empenho em conquistá-la, uma vez que também eu fui conquistado por Jesus Cristo. Consciente de não tê-la ainda conquistado, só procuro isto: prescindindo do passado e atirando-me ao que resta para a frente, persigo o alvo, rumo ao prêmio celeste, ao qual Deus nos chama, em Jesus Cristo. Nós, mais aperfeiçoados que somos, ponhamos nisto o nosso afeto; e se tendes outro sentir, sobre isto Deus vos há de esclarecer. Contudo, seja qual for o grau a que chegamos, o que importa é prosseguir decididamente. (Fl 3, 10-16).”

Depois da pascoa de Jesus é que começou a missão dos apóstolos.

E o que Deus nos trás para esse nosso tempo é que nossa primeira missão é a santidade. É a busca para o conhecimento e a compreensão do amor de Deus pela ação do Espírito, em outras palavras é a busca diaria por nossa conversão através de uma caminhada de crescimento espiritual.

Nós falamos muito em resgatar almas, fazer Deus amado... mas se não temos este caminho de crescimento espiritual tudo isso pode ser alicerçado em virtudes visíveis; só se ama e se revela aquilo que se conhece, mas é só pelo Espirito que podemos compreender Deus. Tudo em nós pode ser vaidade e isso é perigoso!

A nossa santidade tem apenas uma finalidade: nos unir a Deus! Se não existe em nós essa via de santidade de crescimento espiritual, não conseguimos viver com intensidade as consequencias do nosso tripé, e uma hora ou outra elas desmoronam e colocam á luz toda a nossa busca vazia e repleta de vaidade.

“Todos os nossos trabalhos, nosso discipulado, são apenas conseqüências e pretextos de Deus para nos unirmos a Ele; ocasiões que encontramos para provar que O amamos.

E esses pretextos e conseqüências se manifestam em nossas vidas de diversas maneiras, principalmente sobre três aspectos abrangentes que compreendem nossa vida de compromissos: Vida Fraterna, Vida Apostólica e Vida de Oração.” (P.V.C.C.S.L.)


 Da mesma forma que Deus se faz acessível ao se inclinar ao homem, entre Deus e o homem existe um abismo! Só poderemos conhecer a Deus pelo Espírito e esse Espírito nos revela coisas maravilhosas! Mas o Espírito se revela apenas a quem o busca.

Por mais que queiramos jamais compreenderemos Deus em toda sua essência. Deus é mistério! E age em nossas vidas de forma misteriosa. E ainda que não compreendamos Deus faz isso por amor a nós, para que sejamos livres em escolher por Ele.

Segundo a Teologia Deus é tão irresistível que se Ele se revelasse a nós hoje tal qual Ele é, nós não teríamos escolha! Jogaríamos-nos sem medo neste abismo insondável, totalmente seduzidos por Deus. E como Deus me quer livre e decidido por Ele por vontade própria, Ele se revela aos poucos... A todos aqueles que O busca através de uma caminhada espiritual, de uma via de intimidade pela experiência e pela oração.


“Por esta causa dobro os joelhos em presença do Pai, ao qual deve a sua existência toda família no céu e na terra,  para que vos conceda, segundo seu glorioso tesouro, que sejais poderosamente robustecidos pelo seu Espírito em vista do crescimento do vosso homem interior.  Que Cristo habite pela fé em vossos corações, arraigados e consolidados na caridade,  a fim de que possais, com todos os cristãos, compreender qual seja a largura, o comprimento, a altura e a profundidade,  isto é, conhecer a caridade de Cristo, que desafia todo o conhecimento, e sejais cheios de toda a plenitude de Deus.  Àquele que, pela virtude que opera em nós, pode fazer infinitamente mais do que tudo quanto pedimos ou entendemos.” (Efésios 3,14-20).


E como agente busca esse crescimento do homem interior?

É preciso que tenhamos uma via de crescimento interior, e essa via é dada nas comunidades através de um caminho formativo. Por isso a importância da formação.

Mas quando agente diz que quem nos forma não são os formadores, mas nós mesmos quando deixamos Deus agir em nós é porque nenhum conhecimento tem poder em si, se for apenas conhecimento por conhecimento, sem uma vida de intimidade, sem um processo de oração e sem as consequências se transbordando através da caridade, do amor ao próximo e a Deus. Ou seja, sem que minha vida de oração, fraterna e apostólica estejam consolidadas na busca de Cristo.

Ir em direção a Cristo é caminhar! Se estivermos com o tripé manco tudo fica mais difícil. O único pé que pode gerar saúde aos outros é o pé da oração. Se orarmos, se formos íntimos de Deus, compreenderemos vazios de nossas razões e de nossas verdades, a vontade e os ensinamentos de Jesus e somos capazes de restaurar os outros pés de nossa vida consagrada. Só assim caminharemos verdadeiramente para Deus. Só assim nossa formação e nossa busca pelo conhecimento produzirão frutos de transformação em nossas vidas.

Todos os santos, todas as pessoas que chegaram a um conhecimento mais profundo de Deus fizeram essa caminhada rumo ao seu interior para o conhecimento de Cristo. “Te buscava fora, Senhor, e estavas dentro de mim “(Santo Agostinho).

Muitos santos nos deixaram caminhos de espiritualidade de busca deste homem interior para o conhecimento de Deus que nos habita.

Já ouvimos de diversas vezes o itinerário de São João da Cruz com as noites passivas e ativas da Alma. Santa Tereza de Avila em suas Moradas ou Castelo Interior, como sendo cada morada uma etapa ou um passo em direção ao centro e ao encontro de Cristo que nos habita. Santa Teresinha pelo caminho da pequena via. Beato João Paulo II que falava bastante das vias contemporâneas para o crescimento espiritual: via purgativa, via iluminativa e via unitiva....

Todos eles tem algo em comum, o homem começa sua busca em si mesmo, através da ascese, das renuncias, da busca verdadeira pela santidade, do aniquilamento de suas verdades e vontades próprias, chegam enfim à uma intimidade com Deus, a uma união com a Trindade que dispensa todo o conhecimento humano... Tudo na vida da pessoa é guiado por Deus, os dons do Espírito Santo regem toda sua história, são capazes de suportar os piores sofrimentos pelo dom da Fortaleza, vencer os pecados pelo Dom do Temor a Deus... sua oração dispensa todas as formulas, todos os conhecimentos, arrepios e emoções... é o que Santa Tereza chamava de “Mira que te Le Mira”.

Queridos, não podemos ficar parados. Todo cristão precisa caminhar se não regride. Ainda que seja em passos lentos, ainda que seja por um impulso dos músculos que não conseguem dar passos, mas o cérebro manda o comando mesmo assim, pois o desejo santo nos levará a Deus. Ficar parado é muito perigoso, é pior do que imaginamos porque as paixões vencidas voltam com muito mais força e somos capazes de cometer pecados que jamais teríamos cometidos quando iniciamos nossa caminhada. É como nos ensina Jesus em Mateus 12, 43-45; o inimigo de Deus jamais deixará a “casa de nosso interior” arrumada, se ele a encontrar organizada arruma sete demônios piores do que ele para arruinar aquela casa.

É preciso persistir na caminhada em busca de Deus, é preciso vigiar a casa constantemente.

E quanto mais próximos estivermos de Deus mais difícil e mais fácil serão as coisas.

  • Fácil porque a compreensão do Amor de Deus nos ajudará a ser fiel e ter fé; a face de Deus ainda que um pouco oculta nos seduzirá cada vez mais e embora as muitas tentações do mundo Deus se tornará cada vez mais irresistível e diremos como Pedro: a quem iremos se só Tu tens palavras de vida eterna; teremos a ajuda do Espírito Santo com os seus dons para guiar os nossos passos.
  • Difícil porque toda caminhada é luta. Jesus mesmo nos diz: quem quer me seguir toma e cruz e venha após mim. Caminhar rumo ao nosso homem interior exige muita luta, muita renuncia de si mesmo; muita coragem de encarar a nossa natureza, nossos pecados e saber integra-los. A quenosis sempre será dolorida! Enquanto não nos esvaziamos de nós mesmo não teremos espaço para nos enchermos de Deus.



Via Saluziana de espiritualidade – 17/04/2012.

Queridos filhos, e qual é a nossa via de espiritualidade? Qual o nosso caminho para ser “santo como nosso Pai é Santo”?

O nosso caminho é a busca de se tornar outro Cristo, o Cristo que compreende por isso ama sem limites e indagações. O Cristo que não ama apesar de... sermos pecadores, sermos falhos, sermos limitados. O Cristo que ama porque ... somos pecadores, falhos e limitados!

Como você está amando hoje a sua família, sua comunidade, seu apostolado, sua missão? Você os ama porque os compreende em suas misérias e suas necessidades? Apenas quem compreende pode ajudar o outro a crescer. Apenas compreendendo poderemos realmente encontrar a trilha que me ajudará e ajudará o próximo a encontrar o amor.

Nosso caminho é o da pequena via, porque apenas quem se faz manso e humilde como Jesus é capaz de compreender. Não se acaba com uma guerra gerando outras guerras.

Reconhecer nossas misérias e fazer delas as perolas para o nosso crescimento é sinal de inteligência e também de amor a Deus. É compreender aquela frase tão simples do qual por muitas vezes se baseava a oração de São Francisco: “Senhor quem és Tu e quem sou eu?”.

Queridos, precisamos ser experimentados pela humildade; se em nossos ministérios não tivermos os mártires que sejam capazes de se deixar vencer em suas verdades, se em nossos relacionamentos na tivermos aqueles que se preocupem em compreender do que ser compreendido, amar que ser amado; jamais entenderemos o que Deus quer fazer em nossa história.

Por isso a pequena via é um caminho de abandono, de confiança cega em Deus.

Eu pergunto a cada um de vocês. Vocês confiam no amor de Deus? Confiam na ação Dele em nossas vidas?

Então pule neste abismo! Segure nas mãos do Senhor, sem medo da escuridão, sem medo do que vem pela frente e pule nos braços do Pai.

Não tenha medo de ser pequeno, não tenha medo de ser humilhado, o ouro é experimentado pelo fogo!
Eu queria só te dizer que me fizesse entender o que é a vida...
Que alegria e dor andam juntas em mim, mas o que conta é o amor.
Vem tomar posse de mim, vencer minha impotência, o meu nada, senhor.
Ah! tudo quero te dar, mesmo o que não tenho, mesmo o que não sou,
Pois o que conta é o amor!
Amor! faz do meu nada amor!
Só amor... amor! faz do meu nada amor!
Sei que viver é amar, que amar é sofrer, que amar é se dar.
Ah, bem pequena eu sou, como, então, desejar só viver de amor?
Mas tudo podes em mim.
Um teu único olhar tudo em mim mudará.
E, não sendo mais do que sou, sendo toda amor, viverei para sempre ao teu lado senhor
Sendo toda amor...faz do meu nada amor!

terça-feira, 10 de abril de 2012

Cristo nossa Páscoa foi imolado!


Oh! Culpa! Oh feliz culpa que nos fez merecer tal Redentor!

O Cordeiro transpassou o coração de sua Esposa com uma flecha de amor, e o fogo abrasador desta chaga fez transbordar sua Amada, a Igreja, dos inefáveis desejos de seu Bem Amado.

Que belo esponsal, consumado pelo linho que na noite esperada foi esvaziado!
Manhã sem ocaso que brilhou para o mundo como Arauto de Felicidade! A pedra que no terceiro dia rolou, abriu-nós a porta do céu. Fez-nos, não por mérito apenas por graça e misericórdia, sermos merecedores e co-herdeiros de seu reino de amor.

A pedra rolou e não há mais culpa, não há mais morte. Sim, o Senhor Deus enxugou todas as lágrimas de seu povo e nos deu por herança um vindouro céu. Um céu existe meus irmãos! E essa é a nossa herança. Esse é o premio alcançado para a humanidade pelo sacrifício de Cristo.

Oh! Cruz Bendita, Madeiro Sagrado, Ponte para eternidade, Árvore da vida, Brasão de Fidelidade...  Sua criação jamais será em vão! Por Ti sabemos que toda a graça recebida pela páscoa é proveniente do imenso amor que consome o coração do Bom Deus. Toda sua entrega é a declaração de um Deus APAIXONADO. Por isso queremos cantar ao mundo, as maravilhas do Senhor. Afinal, “Este é o dia que o Senhor fez para nós!”

Muitos no mundo se proclamam apaixonados e outros diante de um amor humano choram suas dores e as afirmam dizendo que estão ‘morrendo de amor’. Nosso Jesus é o único que sabe realmente o que é MORRER DE AMOR, o que é amar tanto ao ponto de perder tudo, não reter nada... Quando no céu rasgarmos esse véu, nos depararmos diante deste sublime mistério do amor de Deus por nós, e então, desejaremos viver na terra novamente, apenas para em gratidão a Deus podermos enfim também MORRER DE AMOR.

Oh! Jesus nosso Cordeiro Adorado!

Como não cantar ao mundo este seu cântico de amor? Como não proclamar aos quatro cantos as bem-aventuranças que nos reserva no céu através deste vosso sublime ato? O que fazer para que o mundo conheça nossa gratidão?

Oh! As grandes almas não teriam nenhuma dificuldade de cantar os seus amores. Mas como somos pequeninos, faltam-nos as palavras, perdem-se as iniciativas, fogem as idéias... Então unimos nosso canto ao das crianças, dos pobres, dos pequenos e analfabetos e pedimos ao Espírito Santo, Pai dos pobres, que faça de nossa vida um imenso grito de Louvor e Gratidão. E ao dizer ‘nossa vida’ partimos do princípio que essa vida é agora.

Então Espírito Santo, FAÇA HOJE DE NOSSA VIDA UM CANTO DE GRATIDÃO! Faça-nos merecedores do céu que recebemos por herança.  Una-nos pela Comunhão dos Santos ao Fiat de Maria e Faça-se nossa participação na Paixão de Cristo, pela participação no amor à Deus, aos homens, à Igreja e todas as criaturas.

Para que enfim possamos, se não morrer, saber um pouco como Jesus, o que é VIVER DE AMOR.

Virgem Maria, Mãe do Sim, da Entrega, do Amor e da Gratidão, interceda por nós!

Amem!


quarta-feira, 4 de abril de 2012

Via Sacra.

"Opecado não pode reinar em uma alma que medita muitas vezes nos sofrimentos de Jesus"
 (S. Afonso de Ligório)

Queridos amigos, gostaria de partilhar com vocês nesta semana tão linda e intensa a meditação da via sacra.
Possamos por amor contemplar a Face Santa de Nosso Senhor desfigurada por nossos pecados. Jamais com nossa razão poderemos entender o tamanho amor de Deus por nós, jamais compreenderemos esse mistério insondável do sofrimento de Jesus Cristo em sua paixão. Tudo por amor.

Que a Virgem Maria interceda para que tenhamos a graça de vivermos os mistérios da paixão do Senhor e assim entender um pouco do amor de Deus por nós


·         1ª Estação. Jesus é condenado a Morte.

 Nós vos adoramos e amamos ó Cristo, e vos bendizemos. Porque pela vossa Santa Cruz remistes o mundo!

Contemplamos Jesus que foi condenado à Morte por amor a nós.

Contemplamos também os momentos anteriores à sua condenação quando em sua angustia mortal suou sangue ao sentir o abandono e o peso de nossos pecados.

Jesus é abandonado por seus discípulos, traído por seu povo.

Diante de Pilatos aquele mesmo povo que foi curado de suas lepras, cegueiras e enfermidades, aquele mesmo povo que o aclamava Hosana ao Filho de Davi, agora gritavam: Crucifica-o; crucifica-o!

“Ao morrer crucificado, teu Jesus é condenado por teus crimes pecador.”

- Senhor Jesus, perdão e misericórdia.

- Pelos méritos de Vossas Santas Chagas

·         2ª Estação. Jesus Carrega a pesada Cruz.

 Nós vos adoramos e amamos ó Cristo, e vos bendizemos. Porque pela vossa Santa Cruz remistes o mundo!

Contemplamos Jesus que recebe sua cruz e a beija com amor, sentido sobre suas costas o peso do madeiro que se tornará sagrado.

Contemplamos Jesus que espiritualmente sofre não apenas as dores físicas, mas o que pesa sobre os seus ombros é o peso espiritual de nossos pecados.

“Com a Cruz é carregado, e do peso acabrunhado vai morrer por teu amor.”

- Senhor Jesus, perdão e misericórdia.

- Pelos méritos de Vossas Santas Chagas



·         3ª Estação. Jesus cai pela primeira vez.

Canto: Nós vos adoramos e amamos ó Cristo, e vos bendizemos. Porque pela vossa Santa Cruz remistes o mundo!

Contemplamos Jesus que cai desfalecido pelo peso da cruz.

Sua carne já não aguenta mais o sufrágio. Também pudera, apenas pela graça e pelo amor tenha conseguido sobreviver aos tormentos anteriores à Via Sacra.

Seu flagelo, sua coração de espinhos, bofetadas e cusparadas humilharam o corpo Santo de Nosso Senhor.

“Com o madeiro oprimido, cai Jesus desfalecido pela tua salvação”

- Senhor Jesus, perdão e misericórdia.

- Pelos méritos de Vossas Santas Chagas.



·         4ª Estação. Jesus encontra sua mãe.

 Nós vos adoramos e amamos ó Cristo, e vos bendizemos. Porque pela vossa Santa Cruz remistes o mundo!

Contemplamos Jesus que deixa seu olhar se encontrar com o de sua mãe.

Contemplemos o sofrimento da Virgem Dolorosa. A Mãe Santíssima que protegeu, nutriu, educou seu filho desde sua gestação e agora se encontra com Ele condenado e torturado, caído ao chão pelo peso de nossos pecados. Contemplamos a Virgem Mãe que faz com seu Filho a Via Sacra e com Ele oferece a sua dor por nós.

“De Maria Lacrimosa, no encontro lastimosa vê a viva compaixão.”

- Senhor Jesus, perdão e misericórdia.

- Pelos méritos de Vossas Santas Chagas.



·         5ª Estação. Jesus recebe ajuda do Cireneu.

Nós vos adoramos e amamos ó Cristo, e vos bendizemos. Porque pela vossa Santa Cruz remistes o mundo!

Contemplamos Jesus que esgotado em sua força recebe a ajuda de certo Simão de Cirene. Ele que ajudou a tantos por amor, agora recebe a ajuda de alguém que passava pela cena do opróbrio. Os guardas obrigam o Cireneu não por piedade de Jesus, mas para que Ele chegasse vivo ao momento da crucifixão.

“Em extremo desmaiado, deve auxílio, aqui cansado receber de Simeão.”

- Senhor Jesus, perdão e misericórdia.

- Pelos méritos de Vossas Santas Chagas



·         6ª Estação. Jesus imprime sua Face Sagrada no véu de Veronica.

Nós vos adoramos e amamos ó Cristo, e vos bendizemos. Porque pela vossa Santa Cruz remistes o mundo!

Contemplamos Jesus que retribui o ato de amor de Verônica, ao lhe enxugar a face Ele lhe deixa uma recordação. Contemplamos Jesus que faz sua imagem no lenço de Verônica com seu próprio Sangue. A Face Santa de nosso Amado, aparece desfigurada, por amor a nós.

“O seu rosto ensanguentado, por Verônica enxugado, contemplemos com amor.”

- Senhor Jesus, perdão e misericórdia.

- Pelos méritos de Vossas Santas Chagas



·         7ª Estação. Jesus cai pela segunda vez.

Canto: Nós vos adoramos e amamos ó Cristo, e vos bendizemos. Porque pela vossa Santa Cruz remistes o mundo!

Contemplamos Jesus que cai desfalecido mais uma vez pelo peso da cruz. Quão grande é seu amor por nós ó Doce Jesus. Que amor tão desinteressado tem por nós, que amor tão grande que nos constrange.

“Outra vez desfalecido, pelas dores abatido cai em terra o Salvador”

- Senhor Jesus, perdão e misericórdia.

- Pelos méritos de Vossas Santas Chagas



·         8ª Estação. Jesus encontra-se com as mulheres.

Nós vos adoramos e amamos ó Cristo, e vos bendizemos. Porque pela vossa Santa Cruz remistes o mundo!


Contemplamos Jesus que consola as mulheres. Aquele que precisava ser consolado se renuncia mais uma vez, dá aquilo que preciso a outros. As santas mulheres que serviram e acompanharam Jesus se sentem agora abatidas, desesperadas ao ver perderem seu mestre. Jesus ao olhá-las mostra-lhes que Seu amor não limites.

“Das matronas piedosas, filhas de Sião, chorosas, é Jesus consolador.”

- Senhor Jesus, perdão e misericórdia.

- Pelos méritos de Vossas Santas Chagas



·         9ª Estação. Jesus cai pela terceira vez.

Nós vos adoramos e amamos ó Cristo, e vos bendizemos. Porque pela vossa Santa Cruz remistes o mundo!

Contemplamos Jesus que cai desfalecido pela terceira vez. Sua Face Sagrada cai mais uma vez por terra; a cruz lhe pesa sobre seu corpo maltratado, dentro de mais alguns passos e estará Ele levantado em sua Cruz, humilhado por nossos pecados.

“Cai pela terceira vez prostrado, pelo peso redobrado dos pecados e da Cruz”

- Senhor Jesus, perdão e misericórdia.

- Pelos méritos de Vossas Santas Chagas.



·         10ª Estação. Jesus despojado de suas vestes.

Nós vos adoramos e amamos ó Cristo, e vos bendizemos. Porque pela vossa Santa Cruz remistes o mundo!

Contemplamos Jesus que humilhado é despojado de suas vestes. Arrancam-lhe a túnica e tiram a sorte sobre suas vestes para cumprir a profecia. Jesus se encontra nu, seu corpo Santo é somente chagas e feridas. Suas chagas são chamas vivas de amor que ardem pelo Pai e por toda a humanidade.

“Dos vestidos despojado, todo ferido e pisado eu vos vejo, meu Jesus.”

- Senhor Jesus, perdão e misericórdia.

- Pelos méritos de Vossas Santas Chagas



·         11ª Estação. Jesus é pregado na cruz.

Canto: Nós vos adoramos e amamos ó Cristo, e vos bendizemos. Porque pela vossa Santa Cruz remistes o mundo!


Contemplamos Jesus que é pregado na cruz. Os cravos perfuram seus membros, os estigmas jorram o Sangue Sagrado do Cordeiro sem mancha; a cruz amaldiçoada se transforma em lenho santo, Arvore da Vida, Madeiro da Salvação.

“Sois por mim na Cruz pregado, insultado e blasfemado, com cegueira e com furor.”

- Senhor Jesus, perdão e misericórdia.

- Pelos méritos de Vossas Santas Chagas.


·         12ª Estação. Jesus morre na Cruz.

Canto: Nós vos adoramos e amamos ó Cristo, e vos bendizemos. Porque pela vossa Santa Cruz remistes o mundo!

Contemplamos Jesus que entrega a Deus seu Espírito. Deus se dá totalmente, até a ultima gota de sangue. Os soldados para certificarem-se de que realmente Ele morreu ferem-lhe o lado com uma lança. Rios de Misericórdia jorram-lhe do lado aberto, sangue e água saem de seu corpo, tudo foi entregue por amor a nós.

Antes de morrer Jesus encontra forças para nos dar um ultimo presente, um presente dado a Ele por Deus Pai para que pudesse cumprir sua missão. Jesus nos entrega sua Mãe Santíssima, quando diz: Mulher eis aí o teu Filho, Filho eis aí Tua Mãe.

“Por meus crimes padecentes, meu Jesus por mim morrestes, ó quão grande é minha dor”

- Senhor Jesus, perdão e misericórdia.

- Pelos méritos de Vossas Santas Chagas.



·         13ª Estação. Jesus é entregue nos braços de sua Mãe.

Canto: Nós vos adoramos e amamos ó Cristo, e vos bendizemos. Porque pela vossa Santa Cruz remistes o mundo!

Contemplamos Jesus que é depositado morto e chagado nos braços de sua Mãe Santíssima. Contemplamos a Virgem Dolorosa adorando o corpo morto de seu Filho, todo chagado e ensanguentado. Contemplamos toda a dor dos que estavam ao seu lado.

“Do madeiro vos tiraram, e à Mãe Vos entregaram, com que dor e compaixão”

- Senhor Jesus, perdão e misericórdia.

- Pelos méritos de Vossas Santas Chagas.



·         14ª Estação. Jesus é sepultado.

Canto: Nós vos adoramos e amamos ó Cristo, e vos bendizemos. Porque pela vossa Santa Cruz remistes o mundo!

Contemplamos Jesus que é sepultado. Emprestam-lhe uma túmulo novo, nunca jamais enterrado homem algum. É Jose de Arimatéia que lhe presta essa homenagem.

A VirgemMaria e Maria Madalena ungem seu corpo com unguentos e bálsamos, cobrem com faixas enquanto adoram cada chaga de Nosso Salvador. Ó Jesus quão grande é sue amor!

“No sepulcro Vos deixaram, Sepultado Vos choraram magoado o coração”

- Senhor Jesus, perdão e misericórdia.

- Pelos méritos de Vossas Santas Chagas.

O que estamos fazendo nós Senhor, para merecermos tanto amor? Ajude-nos a entrar nos mistérios de sua Paixão e sermos por Ti também apaixonados.