terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

Família, o sonho de Deus para o homem!


“O Senhor Deus formou, pois, o homem do barro da terra, e inspirou-lhe nas narinas um sopro de vida e o homem se tornou um ser vivente... O Senhor Deus disse: “Não é bom que o homem esteja só; vou dar-lhe uma ajuda que lhe seja adequada.”... Então o Senhor Deus mandou ao homem um profundo sono; e enquanto ele dormia, tomou-lhe uma costela e fechou com carne o seu lugar. E da costela que tinha tomado do homem, o Senhor Deus fez uma mulher, e levou-a para junto do homem. “Eis agora aqui, disse o homem, o osso de meus ossos e a carne de minha carne; ela se chamará mulher, porque foi tomada do homem.” Por isso o homem deixa o seu pai e sua mãe para se unir à sua mulher; e já não são mais que uma só carne.” (Genesis 2, 7;18;21-24)

 
A família é um sonho de Deus para o homem desde os primórdios da criação. O homem criado por Deus para AMAR e a exemplo da própria Trindade viver uma mútua entrega de amor encontra nos laços familiares, no “ser família”, a essência desse amor em PLENITUDE.
Por muitos anos e ainda hoje é pouco entendida pelos cristãos a riqueza das palavras de Genesis diante da criação do homem. Foram-se muito simplificado e compactado de sentidos o ser “Homem” e ser “Mulher”.
Conseguimos ver os reflexos negativos de tudo isso na sociedade. Não se conhece mais o papel de cada ser humano, perde-se referências do que é certo, errado, justo ou injusto. Em busca de uma liberdade cujo preço é justamente ser escravo de preceitos que nos leva a esquecermos de quem somos, perdemos referências preciosas para a criação dos filhos, formação da família e o que é certo e errado na sexualidade humana, ainda que isso contrarie brutalmente a natureza.
É nítido ver que valores como esses (que podem se traduzir com casamentos homossexuais, aborto, feminismo, etc.) não comunicam exatamente a essência do ser humano e muito menos satisfaz seus desejos mais profundos de felicidade. Uma vez que no homossexualismo o homem jamais se completará quanto ser humano; que no aborto além da crueldade e atentado a vida, as conseqüências morais e psicológicas causadas na vida das mulheres que as praticaram a tornará um ser inseguro, confuso e deprimido; e no feminismo sempre terá um lado injustiçado: quando as mulheres tomarem o controle será a vez dos homens lutarem por igualdade... Será um circulo vicioso de disputa que jamais acabará. Tanto homem quanto mulher passa pela criação sem descobrir a beleza de SER O QUE É.
Para que fique um pouco mais claro vamos fazer uma reflexão sobre as palavras de Genesis.
“O Senhor Deus formou, pois, o homem do barro da terra, e inspirou-lhe nas narinas um sopro de vida e o homem se tornou um ser vivente” (Genesis 2, 7). Esse versículo narra a criação do ser humano, criação Divina como as plantas, animais e todo o mundo. Digo aqui “ser humano” e não homem apenas no sentido masculino. Isso não significa que o ser humano foi criado andrógeno, como alguns mitos e culturas acreditavam. Podemos comprovar isso em Genesis 1, 27: “Deus criou o homem à sua imagem; criou-o à imagem de Deus, criou o homem e a mulher.” Ou seja, homem e mulher foram criados juntos, no mesmo instante por Deus, por Deus que vive na eternidade, onde não existe o tempo cronológico que conhecemos. A narração de Genesis 2 sobre a criação humana deseja nos revelar muito mais do que as entre linhas encontradas. A esse ser humano Deus o fez a sua imagem e semelhança. Nós estudamos na teologia que enquanto o Pai amava e contemplava o Filho, a ação deste AMOR (Espírito Santo), moldava o ser humano. Se Deus é somente AMOR, o ser humano foi feito para amar.
“O Senhor Deus disse: “Não é bom que o homem esteja só; vou dar-lhe uma ajuda que lhe seja adequada.”” (Genesis 2, 18). Podemos traduzir melhor uma ajuda adequada (ēzer kenegedô) por Auxílio Divino, Providência de Deus. Mas porque precisaria o homem de um auxílio Divino já que foram criadas todas as coisas e dada a ele para dominar? Porque diante de toda a criação estaria sozinho? Realmente o homem estava em domínio de toda a criação, mas com nenhum ser criado ele poderia viver totalmente a entrega e plenitude de AMOR como vive o próprio Deus. Na criação o ser humano é convidado a cuidar e dominar, quando Deus lhe dá um Auxílio Divino é pra que ambos se completem, se auxilie e nenhum seja maior que o outro. Nesse momento Deus sonhava ao homem que vivesse em família! E quando envia Eva para ser esse auxílio, não a submete um papel de “auxiliar” do homem, como se fosse inferior. Vejo nesse versículo um dos papeis e missões mais lindas da mulher: “ezer” – o próprio Deus vem em providência e manifesta essa providência na criação da mulher. A mulher assume a missão de ser o socorro de Deus, o enviado de Deus na vida do homem e da humanidade. Assim como o homem em seu papel é aquele que é chamado a ajudar Deus a administrar sua criação. Cada um com uma missão, ambos dependentes um do outro e como veremos abaixo completando a si mesmos.
”Então o Senhor Deus mandou ao homem um profundo sono; e enquanto ele dormia, tomou-lhe uma costela e fechou com carne o seu lugar. E da costela que tinha tomado do homem, o Senhor Deus fez uma mulher, e levou-a para junto do homem” (Genesis 2, 21-22). Outro erro muito comum que encontramos na interpretação bíblica é a palavra costela. A palavra hebraica “Tzela” é uma palavra com dois significados: lado ou metade e costela, (como manga em nossa língua portuguesa que pode significar tanto parte de uma blusa ou um fruto). Ao traduzir a bíblia por vários motivos, tanto mitológicos, simbólicos, etc. foi-se adotada a tradução costela. O que para nós delimitou muito o sentido verdadeiro de que a mulher foi feita da metade do homem. Ou seja, Deus criou o ser humano dividindo-o em duas partes. Um é parte do outro e juntos formam um ser humano.
Esse novo sentido nos comunica a vontade de Deus que fez o homem e a mulher para se completarem, para que possuindo cada um, características particulares, sexualidade e temperamentos próprios pudessem acolher um ao outro e AMAR. Sendo ambos feitos simultaneamente por Deus e divididos em suas características físicas e psicológicas, a fim de que um sempre busque pelo outro, ou como falamos no popular: “sinta falta da outra metade da laranja”.
Todo homem e toda mulher precisam das características de um e de outro para formar sua personalidade, para se sentir completo se sentir ser humano. Este é o papel do pai e da mãe na família diante da criação dos filhos, do esposo e da esposa na relação conjugal. A própria natureza em sua biologia e psicologia comprova como homem e mulher se completa, como foram feitos para gerarem vida, dando continuidade à criação.
É chamado por muitos de preconceito dizer que casais homossexuais não podem adotar crianças. Porém, dizer que um casal homossexual não pode adotar filhos é seguir os padrões naturais da vida e zelar pelo equilíbrio familiar. Constatar o que a própria natureza já diz, filhos são gerados de homens e mulheres, e ambos contribuem para a formação do novo indivíduo. É assim biologicamente e é assim também para a formação psicológica dos filhos adotados que precisam de mãe e pai. E muitos poderiam se perguntar: Mas e as famílias em que o pai ou a mãe morreu, ou mães solteiras, etc.? Aquela figura que falta, seja pai ou mãe, será sempre buscada de alguma forma compensatória, por um avô/avó, tio/tia, professor/professora, e os falecidos terão sempre uma memória de suas características, personalidades... Que contada contribuirá para a formação e identificação dos filhos. Quando duas pessoas do mesmo sexo assumem o papel de pai e mãe extingue para a criança o direito de se formar e se completar com a outra face de sua humanidade, não aquela face que fisicamente determina o que você é, mas aquela que lhe completa como ser humano.
Hoje isso é uma grande ferida na sociedade. Pessoas com relacionamentos homossexuais sofrerem muito, tanto da “discriminação” que se sentem vítimas (como se a própria natureza fosse discriminadora por terem os feito como é) como pelos conflitos pessoais e psicológicos que vivem em se sentir contrários a sua natureza. Porém não é aceitando ou dando “jeitinhos” nos problemas que garantiremos a felicidade destes nossos irmãos que sofrem e precisam ser amados e compreendidos. Só a VERDADE é capaz de libertar, só o AMOR poderá curar uma sociedade ferida em sua sexualidade e em sua identidade. Na busca constante do homem de saber o que é, de onde veio e para onde vai, existe além do empirismo, uma verdade de fé sublime: homem e mulher, feitos a imagem e semelhança de Deus, com características físicas próprias que se completam e dá continuidade à vida, a existência do ser humano.
E por fim, ”“Eis agora aqui, disse o homem, o osso de meus ossos e a carne de minha carne; ela se chamará mulher, porque foi tomada do homem.” Por isso o homem deixa o seu pai e sua mãe para se unir à sua mulher; e já não são mais que uma só carne.” (Genesis 2, 23-24)
Este é o sonho de Deus para o ser humano! Viver em família, poder olhar a cada manhã para seu esposo e esposa e dizer: Eis o meu auxílio divino, eis o socorro do céu. Poder ver na criação dos filhos a participação na criação de Deus. Formar pessoas de caráter íntegro, justo e que contribuam para que a sociedade seja mais reta, mais plena e feliz.
Até Jesus quando nos visitou em sua encarnação quis nascer de uma família, embora sendo filho de Deus e se utilizando da carne de Maria, recebeu José como pai adotivo, que lhe ensinou a ser justo e a adquirir o caráter de homem, pai, mestre e pastor das almas.
 Até os celibatários que entregam sua virgindade a Deus são chamados a viver em família, uma vez que a dimensão familiar não se baseia na dimensão genital ou de procriação biológica, e sim de uma sexualidade de relações amigáveis que se completam em seus estados, capaz de gerar uma maternidade/paternidade espiritual que toma toda a criação como fonte de cuidado, zelo e amor. Só se consegue viver essa plenitude do celibato quem se encontrou em sua identidade pessoal, quem em sua formação humana foi completado pelo sexo oposto, seja numa relação filial, fraterna ou mesmo amorosa em alguma etapa de sua vida. Todo homem precisa do carinho de uma mulher, ainda que seja somente durante a infância; toda mulher precisa do cuidado de um homem em alguma fase de sua vida. Somente assim poderá conhecer e identificar na criação a face de Deus que é PAI E MÃE.
Destruir o modelo criado por Deus de família é deturpar o sentido verdadeiro do AMOR. É pouco a pouco escravizar homens e mulheres ao ponto de que não possam mais se encontrar, se reconhecer nem mesmo como ser humano, e parte da natureza e da criação. É destruir no homem sua imagem e semelhança de Deus.
Sagrada família, Rogai por nós.

Nenhum comentário:

Postar um comentário