terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

Meus sentidos são presentes de Deus.


Muitas vezes nos esquecemos de que o ser humano não é apenas corpo.
A pessoa toda do ser humano se faz por um corpo, uma alma e um espírito.
Não que espírito e alma se dissociem, mas dentro de cada alma humana existe um lugar secreto e insondável do qual a teologia chama de espírito. Este lugar é onde o próprio Deus nos habita teologicamente chamado de coração.
Os nossos sentidos: paladar, tato, olfato, visão e audição, foram presentes fundamentais que o Bom Deus nos deu para fazer a interface do homem com sua alma.


Quando os sentidos estão ordenados, exercemos plenamente a função para qual fomos criados. A ordem prática é Deus guiar e comandar o homem, assim o espírito dirige a alma que governa o corpo.
Com os sentidos ordenados somos capazes de desenvolver o que Santo Agostinho chama de sentidos espirituais e assim somos mais facilmente guiados por Deus. Pois nossos ouvidos estão atentos à voz do pastor; nossos olhos são capazes de enxergar a dimensão espiritual de nossas vidas; nosso olfato nos coloca no tempo presente e nos ajuda a distinguir entre o bem e o mal; e nosso paladar e tato nos ajuda a nos relacionarmos uns com os outros como Deus nos ensinou.
Infelizmente hoje não é isso que predomina no mundo; a desordem dos sentidos faz com que o ser humano seja dominado por sua carne, e a busca do prazer pelo prazer torna o homem escravo de satisfazer suas vontades: Come-se mal e nem se sente o gosto da comida, estimula-se os vícios e as dependências; somos insensíveis ao “toque” do  irmão, incapazes de comungar de seus sofrimentos; enxergamos o mundo segundo a lógica da nossa vontade e do nosso prazer; e acima de tudo damos ouvido às vozes da carne que grita em nós (Gálatas 5, 17).
A Igreja como mãe nos dá a ascese e a prática das virtudes como combate e exercício de ordenação de nossos sentidos.
O jejum nos ajuda a dar valor ao que comemos refrear a gula, pensar na caridade. Ouvir a palavra de Deus, fazer orações, praticas de piedade e acima de tudo saber silenciar um pouco diante deste mundo tão corrido, nos ajudará a entrar em contato com o nosso interior e colocar as coisas em seu devido lugar.
Refrear e ter domínio sobre nossas vontades é muito importante. Sempre devemos parar e perguntar ao nosso querer se ele vem da carne ou do Espírito. Sempre digo aos filhos da vocação Sal e Luz que se fazemos apenas o que queremos ou gostamos, corremos o risco de sem perceber impedir que Deus haja em nossas vidas.
Como anda a ordem de sua vida?
Quem governa quem?
Sua carne ou seu espírito está no comando?
Que a Virgem Pura e os seus anjos nos ajude a encontrar o caminho para nosso “Castelo Interior”.
Paz e Bem a todos!

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