terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

O que é ESPERANÇA?

Um viajante no tempo procurava motivos que justificassem tantos desencontros na vida. Guerras entre povos, miséria de muitos em contradição com tanta riqueza de poucos, progresso dos ricos e morte das florestas, dos rios e dos animais, pobreza profunda dos homens, seus irmãos.

Caminhava o viajante nos desatinos da vida. Interrogava as estrelas, o vento, as tempestades. Estava já prestes a concluir sua pesquisa:
-Tudo é vão debaixo do sol! Não há sentido e nem lógica nos acontecimentos, nas coisas e tristezas abaixo do céu! Até mesmo os momentos mais alegres, um dia acaba... As pessoas mais felizes um dia se vão!
Desolado resolveu sentar e esperar passar os dias, até chegar o momento em que com certeza tudo acabaria.
- Não fique aí esperando o tempo passar. Ressoou uma voz de passarinho que rodopiando pelo ar pousou em derredor. E após pousar conclui seus argumentos.
- És um viajante pensativo, procuras razão e esquece da emoção.  Busca a verdade em volta de si e esquece-se de procura-la dentro do homem. Conclui seus pensamentos com suas lógicas e esquece-se de perguntar quais os motivos que fazem permanecerem vivo os outros que ainda lutam.
Lembra-se homem dos lugares tristes por onde passou? Da pobreza cruel e desigual que enfrentou? Das angustias que em toda parte viu o mundo provar?
Já parou pra perguntar por que muitos desses que sofrem não param como você e ficam apenas a esperar? Já se questionou que se realmente tudo é fim, porque o mundo continua a girar?
Parou o viajante um pouco em interrogação, meio que perguntando a si as respostas das perguntas do passarinho.
- Oh! Pequeno pássaro, - disse o viajante – és pequeno, mas tem asas, enquanto caminho sobre os pensamentos, tu voas! Responde-me então? Se tudo chega ao fim pra que perder tempo esperando chega-lo, porque não adiantá-lo e se poupar?
Respondeu o passarinho:

- Você, criatura amada e deseja por Deus, esculpida com detalhes e perfeição, recebeu na criação uma pequena luz, uma fagulha de estrela, um combustível espiritual capaz de o manter vivo eternamente! Os animais todos desejariam tê-lo ganho, mas foi somente tu, o homem, digno de recebê-lo.
-Eu tenho? Onde está que não encontro? – Respondeu o viajante rabugento, achando ser tudo isso mais uma lorota de passarinho.
- Muitos não sabem mais como encontra-la, outros ainda nem sabem o que precisam encontrar, aí desiste como você. Mas ela, a fagulha de estrela está lá, esperando ser acionada, esperando ser reconhecida.
E continuou o pequeno pássaro com o grande ímpeto de convencer o homem:
- Ela é milagrosa. Se busca-la com Fé, ela é capaz de mudar situações adversas... Dar novos rumos a caminhos perdidos... Ser companheiro dos que há muito tempo esperam... Matar a fome dos que não tem o que comer, quando ela suscita, faz o pobre ter gratidão pelo que tem e não desejar o que não tem... Faz reviver sentimentos há muito tempo adormecido... E o homem volta a ser criança, a acreditar que vale a pena porque milagres podem acontecer.
Ela é a tempera dos mártires, a coragem dos cavaleiros, o balsamo dos feridos, a cura para os moribundos e a certeza final dos que amam...
Se hoje no mundo existe dor, corramos até a esta pequena estrela. Ela é a passagem para o paraíso.
Se hoje no mundo a linguagem é a da escravidão e da mentira, a pequena estrela é a enciclopédia da verdade. Único meio de tornar o homem livre.
Se hoje no mundo existe guerra e desamor, não desistiremos de lutar no lado que parece perder, no lado do perdão e do amor... Ela, a estrela, nos ensina que vale muito mais perder uma guerra contra os que lutam com armas desonestas do que perder os motivos que nos mantem vivos e nos fazem lutar, esperar chegar o final.
Admirado então perguntou o viajante!
- Onde brilha esta estrela de cura, este presente em forma de dom, a lâmpada de sentinela para a vida? Busco por essa amiga... Onde?
- Em um lugar secreto e privilegiado..., nas longínquas e solitárias montanhas do pensamento..., nas cavernas profundas de sua imaginação..., no portal de domínio de todas as faculdades mentais... E nos labirintos mais ajardinados do coração humano.
 Nos lugares eternos onde somente ela, a pequena ESPERANÇA pode habitar, nas situações onde somente ela pode ainda manter acessa a chama da vida, onde calmamente ela continua sua missão firme de ESPERAR.
 - E o que espera a Esperança? Pergunta o viajante que acaba de conhecer algo que muitos dos que passam pelo mundo já deixaram de acreditar.
- Que se chegue o fim! Responde o passarinho.
- O fim? – Diz meio desapontado o viajante. Mas porque o fim?
 - Ora caro viajante, diz o pássaro - E o que é o fim, se não o começo do que é eterno?
Uma luz brilhou no coração do viajante, já podia ver as coisas de forma diferente e não sentia mais vontade de esperar. Ao contrário sentia o impulso de correr, sabendo que iria chegar.
Como um bom diplomata, o viajante fechou os olhos, colocou a mão no coração e se apresentou:
- Muito prazer pequena estrela que me habita e que eu desconhecia. Eu sou o homem moderno, viajante do tempo, conhecedor da filosofia, dos astros e da ciência... Só não conhecia muito meu interior. Seja bem vinda à minha companhia, a mudar as cores que meus olhos enxergam o mundo, os acordes que meus ouvidos ouvem e a trocar dos meus lábios as lamurias, para que eu chegue até o fim, com uma única e bela canção.
- A esperança diz obrigada, - piou o passarinho que entende melhor que o homem a língua da Esperança.
Então disse mais uma vez o viajante:
Pequena estrela antes de sairmos pelo mundo, em expedições rumo ao horizonte, permita-me te conhecer apenas um pouco mais. 
Esperança, qual o teu nome, tua missão? Qual tua verdadeira essência?


- Minha missão querido homem, é única e simples, sou a ponte que te liga a Deus, em um extremo meu está a FÉ e no outro a CARIDADE.  E meu único desejo é te fazer CONFIAR NO AMOR.

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